segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Comentário ao Video da EaD em Portugal

Olá a todos, 

Faço aqui um comentário ao video que partilhei no post anterior, fornecido pela UC de Educação Aberta e a Distância da Universidade Aberta. 



O Ensino a distância é uma modalidade de ensino utilizada para suprir necessidades e dificuldades, nomeadamente quando aluno e professor se encontram distantes em espaço e tempo e constitui hoje uma enorme vantagem, progresso e avanço no Ensino e na formação dos indivíduos. Ao contrário do que muitos pensam, este tipo de ensino não novo e dos nossos dias que que surgiu apenas com a web2.0. Andando um pouco na linha do tempo, conseguimos perceber que este tipo de ensino vem de algum tempo atrás, onde aplicaram diferentes tipos de pedagogias por 3 gerações principais, sendo elas a pedagogia Congitivo-Behaviorista, Socioconstrutivista e a Conectivista, segundo os autores Garriosn, Aderson e Archer, 2000. Houve duas grandes referências na Europa e no mundo, do Ensino Aberto a Distância que são a Open University no Reino Unido e UNED – Universidade Nacional de Ensino a Distância em Espanha.
A 1ª geração Cognitivo-behaviorista de ensino a distância era baseada no texto impresso e escrito á mão, por correspondência, utilizando o correio que era a tecnologia possível da época e não era dispendioso. Havia um ensino assíncrono (que não ocorre ao mesmo tempo). Esta pedagogia definiu entre outras coisas, estímulos para o aluno dar resposta, havendo uma percepção muito individualizada sobre o aluno com a valorização da memorização e o desempenho.
A 2ª geração marcada pela Pedagogia Socioconstrutivista, foi marcada pela evolução das TIC e mais tarde pela web2.0. Este tipo de pedagogia assentava dentro de ambientes virtuais de aprendizagem onde se vivenciaram interacções e inter-relações entre muitos, para muitos como aluno/tutor, alunos/alunos e em que a comunicação era assíncrona como síncrona. Mesmo assim deparou-se com uma dificuldade, pois os professores/tutores mantinham uma postura e um comportamento semelhante de uma sala de aula presencial, tendo uma presença centralizadora e activo, mantendo os alunos passivos semelhante ao método presencial. Nesta época este tipo de ensino baseava na televisão e na rádio que era mais estimulante, com a transmissão de conhecimento, mas havia pouco preparo dos que estavam envolvidos nestes processos educativos e por isso foi um marco na história da educação aberta e a distância, pois obrigou que as dimensões orais e visuais se desenvolvessem mais. Assim teve de haver uma junção com a abordagem multimédia entre texto, áudio e vídeo., com teleconferências e videoconferências, proporcionando uma integração em tempo real de alunos com alunos e professores, ou seja, para uso e grupo. Desenvolveram então conferências mediadas por computador e por correio eletrónico associado a bancos de dados, bancos de informação e bibliotecas virtuais. Sabemos que em Portugal houve em 1964 uma melhoria o Sistema de Ensino com o IMAVE que comprava, produzia, geria e difundia os programas educativos pela televisão e pela radiodifusão. Criaram também a telescola onde ocorreu pela 1ª vez a utilização sistemática dos média num contexto de educação formal. O IMAVE foi depois substituído pelo ITE e mm 1975 houve vontade política de criarem uma Universidade Aberta e formaram a comissão ADOC criando a UNIAB, mas derivado á situação política, o diploma não foi colocado em prática. Nasceram Universidades “sobre o signo político de democratização”, permitindo que o ensino chegasse a zonas periféricas com um ensino superior de qualidade, e não apenas pelas Universidades clássicas tradicionais dos grandes centros. Criaram o ano propedêutico em 1977 e foi a 1ª iniciativa de ensino formal a distância, realizado em Portugal que assentava num suporte escrito e de vídeo, com rede de 70 centros de apoio em várias escolas secundárias. Os objectivos não foram atingidos, pois o ensino a distância não era adequado a adolescentes, mas parte dessa equipa do ano propedêutico, fizeram renascer a ideia de uma Universidade Aberta. Em 1979 criaram o IPED – Instituto Português de Ensino a Distância com a concepção e a proposta de cursos com a investigação das metodologias e a preparação para da futura Universidade Aberta. Este Instituto fundiu-se com o antigo ITE que possuía experiência técnica e que mais tarde foi escolhido pela Universidade Aberta. Nos anos 80, deu-se uma mudança na conjuntura académica com a criação de novas Universidades e Institutos Politécnicos. O ambiente era de desagrado em relação á criação da Universidade Aberta pois consideravam uma concorrência desleal, apesar de se destinarem a públicos diferentes por isso foi determinante e necessário a pressão que a comunidade europeia (que consideravam que Portugal tinha um nível baixo de formação de professores) e a pressão através da Agência Europeia - Associação Europeia das Universidades Abertas (EADTU). As duas pressões abriram portas para a criação da Universidade Aberta em Portugal, criada finalmente em 1988, e a seguintes características: Materiais educativos direcionados para a autoaprendizagem, com o objectivo de interacção boa entre estudante e materiais. Tinham edições regulares na televisão e na radiodifusão, para difundir os materiais e que eram transformadas em cassetes para um estudo assíncrono, ainda uma rede de apoio nas sedes de Distrito que funcionavam como locais de exame, um sistema de avaliação era baseado em testes intermédios realizados a distância e exames presenciais finais. Após a conclusão dos primeiros licenciados e Mestres, a Universidade Aberta faz uma consolidação institucional com a aprovação dos seus estatutos. O modelo foi alargado na sua oferta para Macau, Angola e Brasil e em 1998, para Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor. A Uab tinha uma oferta cada vez mais diversificada, e de 1994 a 2006 registaram-se alterações devido ao avanço tecnológico. Consolidaram o correio eletrónico, digitalizaram materiais educativos, ensaiaram páginas web e criaram o 1º site e agilizaram os serviços académicos, típico da 2ªa geração de pedagogia do Ensino a Distância.
A 3ª geração é marcada pela Pedagogia Conectivista que tem como principio de aulas virtuais baseadas em computador e internet com enorme interesse e actividade em escala mundial, com métodos construtivistas de aprendizagem e colaboração na convergência entre texto, áudios e vídeos e tudo numa única plataforma de comunicação. É a teoria mais recente, mas bem mais complexa, pois esta aprendizagem deve ser dentro de um contexto e a partir de redes, que levam o aluno a estar em rede, mas também a aprender e a resolver problemas reais e do quotidiano. Há aqui uma migração da era da informação para a era em red, desenvolvendo e construindo conhecimentos e desenvolvendo habilidades para a resolução dos problemas, ou seja, aprender a aprender. Na Universidade Aberta, em 2006 foi aprovado o plano estratégico com profunda remodelação com princípios principais: Aprendizagem centrada no estudante; Flexibilidade; Interação focada na dinamização da interação do aluno; Inclusão digital. Promoveram um processo de formação a professores/tutores e para validar este processo recorreram a um painel internacional de especialistas que têm acompanhado a implementação e que tornou a Uab num caso de estudo mundial. Desenvolveram o AVL, visando outros públicos para a aquisição ou melhoria de competências, aptidões e conhecimentos. Recriaram os CLA – Centros de Locais de Aprendizagem, localizados em varias zonas. Podemos dizer que estamos aqui perante a 3º geração de pedagogia do ensino a distância pela mudança tecnologia e social rápida com o enorme desafio que evidenciou a responsabilidade social das Universidades e em que o ensino a distancia constitui uma mais valia para melhorar a qualificação das populações que se traduz numa excelente ferramenta ao serviço do desenvolvimento da democracia.

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