Olá a todos,
Faço aqui um comentário ao video que partilhei no post anterior, fornecido pela UC de Educação Aberta e a Distância da Universidade Aberta.
O Ensino a
distância é uma modalidade de ensino utilizada para suprir necessidades e
dificuldades, nomeadamente quando aluno e professor se encontram distantes em
espaço e tempo e constitui hoje uma enorme vantagem, progresso e avanço no
Ensino e na formação dos indivíduos. Ao contrário do que muitos pensam, este
tipo de ensino não novo e dos nossos dias que que surgiu apenas com a web2.0.
Andando um pouco na linha do tempo, conseguimos perceber que este tipo de
ensino vem de algum tempo atrás, onde aplicaram diferentes tipos de pedagogias
por 3 gerações principais, sendo elas a pedagogia Congitivo-Behaviorista,
Socioconstrutivista e a Conectivista, segundo os autores Garriosn, Aderson e
Archer, 2000. Houve duas grandes referências na Europa e no mundo, do Ensino
Aberto a Distância que são a Open
University no Reino Unido e UNED – Universidade
Nacional de Ensino a Distância em Espanha.
A 1ª geração
Cognitivo-behaviorista de ensino a distância era baseada no texto impresso
e escrito á mão, por correspondência, utilizando o correio que era a tecnologia
possível da época e não era dispendioso. Havia um ensino assíncrono (que não
ocorre ao mesmo tempo). Esta pedagogia definiu entre outras coisas, estímulos
para o aluno dar resposta, havendo uma percepção muito individualizada sobre o
aluno com a valorização da memorização e o desempenho.

A
2ª geração marcada pela
Pedagogia
Socioconstrutivista, foi marcada pela evolução das TIC e mais tarde pela
web2.0. Este tipo de pedagogia assentava dentro de ambientes virtuais de
aprendizagem onde se vivenciaram interacções e inter-relações entre muitos,
para muitos como aluno/tutor, alunos/alunos e em que a comunicação era assíncrona
como síncrona. Mesmo assim deparou-se com uma dificuldade, pois os
professores/tutores mantinham uma postura e um comportamento semelhante de uma
sala de aula presencial, tendo uma presença centralizadora e activo, mantendo
os alunos passivos semelhante ao método presencial. Nesta época este tipo de
ensino baseava na televisão e na rádio que era mais estimulante, com a
transmissão de conhecimento, mas havia pouco preparo dos que estavam envolvidos
nestes processos educativos e por isso foi um marco na história da educação
aberta e a distância, pois obrigou que as dimensões orais e visuais se
desenvolvessem mais. Assim teve de haver uma junção com a abordagem multimédia
entre texto, áudio e vídeo., com teleconferências e videoconferências,
proporcionando uma integração em tempo real de alunos com alunos e professores,
ou seja, para uso e grupo. Desenvolveram então conferências mediadas por
computador e por correio eletrónico associado a bancos de dados, bancos de
informação e bibliotecas virtuais. Sabemos que em Portugal houve em 1964 uma
melhoria o Sistema de Ensino com o IMAVE que comprava, produzia, geria e
difundia os programas educativos pela televisão e pela radiodifusão. Criaram também
a telescola onde ocorreu pela 1ª vez a utilização sistemática dos média num
contexto de educação formal. O IMAVE foi depois substituído pelo ITE e mm 1975
houve vontade política de criarem uma Universidade Aberta e formaram a comissão
ADOC criando a UNIAB, mas derivado á situação política, o diploma não foi
colocado em prática. Nasceram Universidades “sobre o signo político de
democratização”, permitindo que o ensino chegasse a zonas periféricas com um
ensino superior de qualidade, e não apenas pelas Universidades clássicas
tradicionais dos grandes centros. Criaram o ano propedêutico em 1977 e foi a
1ª iniciativa de ensino formal a distância,
realizado em Portugal que assentava num suporte escrito e de vídeo, com
rede de 70 centros de apoio em várias escolas secundárias. Os objectivos não
foram atingidos, pois o ensino a distância não era adequado a adolescentes, mas
parte dessa equipa do ano propedêutico, fizeram renascer a ideia de uma
Universidade Aberta. Em 1979 criaram o IPED – Instituto Português de Ensino a
Distância com a concepção e a proposta de cursos com a investigação das
metodologias e a preparação para da futura Universidade Aberta. Este Instituto
fundiu-se com o antigo ITE que possuía experiência técnica e que mais tarde foi
escolhido pela Universidade Aberta. Nos anos 80, deu-se uma mudança na
conjuntura académica com a criação de novas Universidades e Institutos
Politécnicos. O ambiente era de desagrado em relação á criação da Universidade
Aberta pois consideravam uma concorrência desleal, apesar de se destinarem a
públicos diferentes por isso foi determinante e necessário a pressão que a
comunidade europeia (que consideravam que Portugal tinha um nível baixo de
formação de professores) e a pressão através da Agência Europeia - Associação
Europeia das Universidades Abertas (EADTU). As duas pressões abriram portas
para a criação da Universidade Aberta em Portugal, criada finalmente em 1988, e
a seguintes características: Materiais educativos direcionados para a
autoaprendizagem, com o objectivo de interacção boa entre estudante e
materiais. Tinham edições regulares na

televisão e na radiodifusão, para
difundir os materiais e que eram transformadas em cassetes para um estudo
assíncrono, ainda uma rede de apoio nas sedes de Distrito que funcionavam como
locais de exame, um sistema de avaliação era baseado em testes intermédios
realizados a distância e exames presenciais finais. Após a conclusão dos
primeiros licenciados e Mestres, a Universidade Aberta faz uma consolidação
institucional com a aprovação dos seus estatutos. O modelo foi alargado na sua
oferta para Macau, Angola e Brasil e em 1998, para Angola, Cabo Verde, São Tomé
e Príncipe, Moçambique e Timor. A Uab tinha uma oferta cada vez mais
diversificada, e de 1994 a 2006 registaram-se alterações devido ao avanço
tecnológico. Consolidaram o correio eletrónico, digitalizaram materiais
educativos, ensaiaram páginas web e criaram o 1º site e agilizaram os serviços
académicos, típico da 2ªa geração de pedagogia do Ensino a Distância.
A 3ª geração
é marcada pela Pedagogia Conectivista que tem como principio de aulas
virtuais baseadas em computador e internet com enorme interesse e actividade em
escala mundial, com métodos construtivistas de aprendizagem e colaboração na
convergência entre texto, áudios e vídeos e tudo numa única plataforma de
comunicação. É a teoria mais recente, mas bem mais complexa, pois esta
aprendizagem deve ser dentro de um contexto e a partir de redes, que levam o
aluno a estar em rede, mas também a aprender e a resolver problemas reais e do
quotidiano. Há aqui uma migração da era da informação para a era em red,
desenvolvendo e construindo conhecimentos e desenvolvendo habilidades para a
resolução dos problemas, ou seja, aprender a aprender. Na Universidade Aberta,
em 2006 foi aprovado o plano estratégico com profunda remodelação com princípios
principais: Aprendizagem centrada no
estudante; Flexibilidade; Interação focada na dinamização da interação do
aluno; Inclusão digital. Promoveram um processo de formação a professores/tutores
e para validar este processo recorreram a um painel internacional de
especialistas que têm acompanhado a implementação e que tornou a Uab num caso
de estudo mundial. Desenvolveram o AVL, visando outros públicos para a
aquisição ou melhoria de competências, aptidões e conhecimentos. Recriaram os
CLA – Centros de Locais de Aprendizagem, localizados em varias zonas. Podemos
dizer que estamos aqui perante a 3º geração de pedagogia do ensino a distância
pela mudança tecnologia e social rápida com o enorme desafio que evidenciou a
responsabilidade social das Universidades e em que o ensino a distancia
constitui uma mais valia para melhorar a qualificação das populações que se
traduz numa excelente ferramenta ao serviço do desenvolvimento da democracia.
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