domingo, 7 de janeiro de 2018

As organizações Internacionais e impactos na Educação



Num cenário de pós-guerra, criaram Organizações Internacionais, como o Banco Mundial o FMI, a UNESCO e a OCDE que abriram a “era de circulação de conhecimentos” sobre a educação, reforçando a escola de massas. No Campo da educação, esta convergência ajudou a produzir uma cultura global, difundindo ideias de igualdade, equidade, cidadania, individualismo e progresso, segundo Mundy (2005). Dá-se uma revolução nas tecnologias de produção e competição tecnológica, originando políticas educativas movidas pela competitividade, para o “aumento de produtividade da força de trabalho” e “lógicas de padronização”, para dar respostas á globalização económica. Este ponto fulcral deu inicio ás forças da globalização na educação, segundo Mundy (2005). Há transformações com a introdução das TIC, e a multidimensionalidade foi um marco com consequências que abrangeram todas as áreas. Há consciência de que o crescimento económico tem consequências na melhoria das condições de vida e começam a questionar sobre o modelo de desenvolvimento assente no crescimento económico. As Organizações Internacionais realizaram encontros sobre o bem-estar da humanidade como os direitos das crianças, direitos humanos, ambiente etc, e percebem que os “indicadores do desenvolvimento não eram apenas o rendimento per capita” e o desenvolvimento não se poderia basear-se apenas no crescimento económico. Surge o conceito de Desenvolvimento Humano do PNUD apelando para a erradicação da pobreza em prol da dignidade Humana, de acordo com espaços e oportunidades, visando desenvolver, a “construção de cada individuo, na procura de si, adquirindo capacidades de saber: saber ser, saber fazer e de saber estar (com os outros). Aprender durante toda a vida”. as Nações Unidas discutirem as consequências da globalização com destaque para o desenvolvimento sustentável. A “Educação dentro do contexto do Desenvolvimento Sustentável assente no Desenvolvimento humano” assume um papel fundamental, com o paradigma tecnicista de qualificação de Recursos Humanos dando lugar ao paradigma do ALV no qual o individuo passa a ter um papel central do seu processo de desenvolvimento. É neste contexto que alguns autores referem as prespectivas: a CEMC, baseada em modelos universais de educação, que defendem um único modelo escolar expandido para todo o mundo em que OCDE, Unesco e BM são os principais actores; e a prespectiva da AGEE estruturada a partir do interface entre forças económicas e capitalistas, mediada por governos na implementação tendo em conta a particularidade contextual. Os estados são moldados pelas Organizações Internacionais para a definição da agenda é definida pelos “agentes globalizadores” (Charlot, 2007), que promovem á escala internacional políticas educativas através das agendas das organizações como o FMI, BM, Unesco, OCDE, etc. A UNESCO foi criada para a área da educação e reforçaram a tendência de estandardização. As políticas educativas passaram a depender mais da “legitimação e da assistência técnica das organizações internacionais”. O trabalho visava a comparação entre os vários sistemas desenvolvendo uma normalização com agenda fixa não definida com as prioridades da educação e formas de equacionar a resolução de problemas conforme cada país e a sua centralidade. Destaca-se o relatório de Delors com os 4 pilares da educação, princípios que têm sido adoptados por muitos países. A crescente insatisfação mundial face aos sistemas educativos, tornou-se necessário justificar os gastos criando a “implementação de mecanismos de responsabilização” (Afonso,1998). As organizações desenvolveram projectos baseados nos indicadores para justificarem custos, mas também para avaliar, planificar, administrar e dar a conhecer a situação do sistema de ensino para novas orientações. Os estados vêm-se obrigados a reorganizarem as suas politicas para serem “mais competitivos e a atraírem mais o investimento internacional”. A globalização é visível devido á fixação de uma agenda global que iniciou no modelo desenvolvimentista, com efeitos variados e diferentes devido ás particularidades de cada Estado como refere Boaventura (2001). Há diferentes ideias na relação do processo de globalização (e educação), mas podemos concluir, que teve sempre um papel importante no desenvolvimento da educação, e hoje podemos afirmar que devido á globalização e á multidimensionalidade, levaram transformações à educação que obrigou novos posicionamentos, respostas e pressões na sua relação com o trabalho e com as lógicas neoliberais que trouxeram maior competitividade de mão-de-obra, mais qualificada e de qualidade. Ou seja, a escola para além de formar cidadãos trabalhadores, forma consumidores com tendência de “educação como mercadoria e produto de troca” mais vendável com menos custos reduzindo o papel do Estado. A globalização trouxe homogeneidade e estandardização, o chamado multiculturalismo “onde se confrontam valores e crenças” trazendo novos desafios à educação.

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