Num cenário de
pós-guerra, criaram Organizações Internacionais, como o Banco Mundial o FMI, a
UNESCO e a OCDE que abriram a “era de circulação de conhecimentos” sobre a
educação, reforçando a escola de massas. No Campo da educação, esta
convergência ajudou a produzir uma cultura global, difundindo ideias de
igualdade, equidade, cidadania, individualismo e progresso, segundo Mundy
(2005). Dá-se uma revolução nas tecnologias de produção e competição
tecnológica, originando políticas educativas movidas pela competitividade, para
o “aumento de produtividade da força de trabalho” e “lógicas de padronização”,
para dar respostas á globalização económica. Este ponto fulcral deu inicio ás
forças da globalização na educação, segundo Mundy (2005). Há transformações com
a introdução das TIC, e a multidimensionalidade foi um marco com consequências
que abrangeram todas as áreas. Há consciência de que o crescimento económico
tem consequências na melhoria das condições de vida e começam a questionar
sobre o modelo de desenvolvimento assente no crescimento económico. As
Organizações Internacionais realizaram encontros sobre o bem-estar da
humanidade como os direitos das crianças, direitos humanos, ambiente etc, e
percebem que os “indicadores do desenvolvimento não eram apenas o rendimento per capita” e o desenvolvimento não se
poderia basear-se apenas no crescimento económico. Surge o conceito de
Desenvolvimento Humano do PNUD apelando para a erradicação da pobreza em prol
da dignidade Humana, de acordo com espaços e oportunidades, visando
desenvolver, a “construção de cada individuo, na procura de si, adquirindo
capacidades de saber: saber ser, saber fazer e de saber estar (com os outros).
Aprender durante toda a vida”. as Nações Unidas discutirem as consequências da
globalização com destaque para o desenvolvimento sustentável. A “Educação
dentro do contexto do Desenvolvimento Sustentável assente no Desenvolvimento
humano” assume um papel fundamental, com o paradigma tecnicista de qualificação
de Recursos Humanos dando lugar ao paradigma do ALV no qual o individuo passa a
ter um papel central do seu processo de desenvolvimento. É neste contexto que
alguns autores referem as prespectivas: a CEMC, baseada em modelos universais
de educação, que defendem um único modelo escolar expandido para todo o mundo
em que OCDE, Unesco e BM são os principais actores; e a prespectiva da AGEE
estruturada a partir do interface entre forças económicas e capitalistas,
mediada por governos na implementação tendo em conta a particularidade
contextual. Os estados são moldados pelas Organizações Internacionais para a
definição da agenda é definida pelos “agentes globalizadores” (Charlot, 2007),
que promovem á escala internacional políticas educativas através das agendas
das organizações como o FMI, BM, Unesco, OCDE, etc. A UNESCO foi criada para a
área da educação e reforçaram a tendência de estandardização. As políticas
educativas passaram a depender mais da “legitimação e da assistência técnica
das organizações internacionais”. O trabalho visava a comparação entre os
vários sistemas desenvolvendo uma normalização com agenda fixa não definida com
as prioridades da educação e formas de equacionar a resolução de problemas
conforme cada país e a sua centralidade. Destaca-se o relatório de Delors com
os 4 pilares da educação, princípios que têm sido adoptados por muitos países. A
crescente insatisfação mundial face aos sistemas educativos, tornou-se
necessário justificar os gastos criando a “implementação de mecanismos de
responsabilização” (Afonso,1998). As organizações desenvolveram projectos
baseados nos indicadores para justificarem custos, mas também para avaliar,
planificar, administrar e dar a conhecer a situação do sistema de ensino para
novas orientações. Os estados vêm-se obrigados a reorganizarem as suas
politicas para serem “mais competitivos e a atraírem mais o investimento
internacional”. A globalização é visível devido á fixação de uma agenda global
que iniciou no modelo desenvolvimentista, com efeitos variados e diferentes
devido ás particularidades de cada Estado como refere Boaventura (2001). Há
diferentes ideias na relação do processo de globalização (e educação), mas podemos concluir, que teve sempre um papel importante no
desenvolvimento da educação, e hoje podemos afirmar que devido á globalização e
á multidimensionalidade, levaram transformações à educação que obrigou novos
posicionamentos, respostas e pressões na sua relação com o trabalho e com as
lógicas neoliberais que trouxeram maior competitividade de mão-de-obra, mais
qualificada e de qualidade. Ou seja, a escola para além de formar cidadãos
trabalhadores, forma consumidores com tendência de “educação como mercadoria e
produto de troca” mais vendável com menos custos reduzindo o papel do Estado. A
globalização trouxe homogeneidade e estandardização, o chamado
multiculturalismo “onde se confrontam valores e crenças” trazendo novos
desafios à educação.
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